quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Crítica do filme: “Acrimônia”

Por Graça Paes, RJ


É um triller psicológico que nos leva a muitas reflexões




Com direção e roteiro assinados por Tyler Perry, o longa “Acrimônia” é um thriller com abordagem psicológica protagonizado por Taraji P. Henson que estreia nos cinemas dia 2 de agosto.




O longa é narrado por Melinda (Taraji P. Henson), uma esposa que sempre foi fiel e dedicada por longos anos. Ela é casada com Robert (Lyriq Bent) um sonhador e pesquisador que luta pelos seus sonhos. Mas, a suspeita de uma traição dá fim a esta união, e a partir daí, ela se depara sozinha e cheia de dívidas. Até que um dia, ela descobre que seu ex-marido conseguiu obter êxito com a pesquisa. Ele se torna um homem rico, poderoso e fica noivo de uma outra mulher. Ela então analisa e acredita que o ex-marido deve a ela o tempo e dinheiro que ela investiu nele e na pesquisa enquanto eles estavam juntos. E, na luta por seus direitos, ela vai perdendo o controle e começa a almejar vingança.



Além de Taraji, o elenco conta com Lyriq Bent, Danielle Nicolet, Jazmyn Simão, Tika Sumpter, Jason Vail e Ptosha Storey. 




Apostando na narração, o longa através de um bate-papo da protagonista nos conta a história de sua vida, desde a adolescência, quando conheceu o marido, passando pelo casamento até chegar aos dias atuais. 




É um trilher psicológico muito bem roteirizado e embalado com uma bela trilha sonora. Ele nos leva a acompanhar com riqueza de detalhes tudo que acontece com a protagonista e o que a leva a se tornar uma pessoa vingativa e cruel.


No decorrer do longa, vamos entender que Melinda sofre de Transtorno de Personalidade Borderline. Uma condição mental grave e complexa cujos sintomas são instáveis e pungentes e que podem invadir o indivíduo de modo súbito, caótico, avassalador e desenfreado. Os critérios diagnósticos desse transtorno psicológico compreendem um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, que podem ser da autoimagem, dos afetos e da impulsividade acentuada. Geralmente, ele surge no começo da vida adulta, no fim do adolescência e pode estar presente em vários contextos.




O tempo todo, o longa nos remete aos significados da palavra acrimônia, assim como no dicionário. E, cada passo desta história é baseado neles, que podem ser comportamento indelicado, acidez, aspereza, o que nos ajuda a ir encontrando os caminhos propostos pelo roteiro até seu desfecho. 




Tecnicamente, a fotografia é básica e a escolha de cores evolui com a passagem de tempo. As cenas são muito bem dirigidas e a maquiagem está espetacular. O elenco também é muito bom e Taraji está mais uma vez brilhante em cena.



O longa nos leva a muitas reflexões e entre elas, o empoderamento, relacionamento abusivo, adolescentes criados sem limites, desemprego, ciúme doentio, sonhos, e de como o ser humano pode se tornar vingativo e cruel. 



Acrimônia é o tipo de filme que você precisa assistir sem piscar os olhos e que requer muita atenção. Por se tratar de uma abordagem psicológica, ele requer um detalhamento, que você encontra em cenas específicas, para ser entendido e até mesmo compreendido. 



É normal que algumas pessoas saiam da sala de cinema sem uma compreensão do filme, mas meu conselho é que se for possível, antes de você ir assistir o longa, dê uma lida sobre os significados da palavra acrimônia e o que eles podem causar num ser humano.


É um bom filme e vale a pena assistir. 


A Agência Zapp News já assistiu e nossa nota é 8. 


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