quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Crítica do filme: “Bohemian Rhapsody“

Por Graça Paes, RJ



“Bohemian Rhapsody" antes mesmo de ser lançado foi norteado por polêmicas, sendo uma delas a saída do diretor Bryan Singer, por causar tumulto nos bastidores e por denúncias de assédio sexual. Ele iniciou a direção, mas o longa foi finalizado por Dexter Fletcher, apesar de Bryan Singer assinar como o diretor do longa nos créditos.


Lançada em 1975 no álbum “A Night At The Opera” a canção “Bohemian Rhapsody“ norteia a história de Freddie Mercury que estreia dia 1 de novembro nos cinemas com trilha sonora de John Ottman e muitas canções do Queen.



Talvez o mistério em torno desta canção tenha sido o motivo para que o longa tenha esse nome e que a música fosse o ponto de partida desta história. Muitas especulações cercam “Bohemian Rhapsody". Para Freddie Mercury, a canção falava sobre relacionamentos e ponto. Na verdade, ele sempre se recusou a detalhar o que o levou a fazer esta melodia. Para os amigos, em um documentário da BBC Three, o baterista Roger Taylor afirmou que o verdadeiro significado da música é "bastante auto-explicativo, apenas com um pouco de nonsense no meio". Já o guitarrista Brian May, sempre disse que a música possuía referências veladas à traumas pessoais de Mercury. Existem aqueles que apontam como uma provável inspiração, o romance de Albert Camus, “O Estrangeiro”, no qual um jovem confessa um assassinato por impulso e tem uma epifania antes de ser executado. Enfim, seja o que for, ela dá nome e enaltece este longa. 



“Bohemian Rhapsody” é uma homenagem magnífica a Freddie Mercury com pitadas do que foi o início do Queen e a passagem dele pela banda. Freddie Mercury foi um artista que quebrou protocolos, desafiou estereótipos e convenções. Era apaixonado por seus gatos. Era bissexual, mesmo sem ter assumido isso publicamente, se tornou um dos cantores mais amados do planeta, se vestiu de mulher em um dos clipes sendo imensamente criticado nos EUA, na época, e infelizmente teve sua vida ceifada no auge de sua carreira pela Aids, em decorrência da vida promiscua que levava fora dos palcos.


O filme, que não está em ordem cronológica, mostra o sucesso meteórico da banda através de suas canções icônicas e de seu som revolucionário. Aborda a fase em que o estilo de vida de Mercury saiu do controle. Também mostra amores, decepções e o reencontro triunfal da banda na véspera do Live Aid, onde o astro comandou o Queen em uma das maiores apresentações da história do rock, consolidando o legado da banda que sempre foi tida como uma família.



Tecnicamente o filme é bom, porém, percebemos em algumas cenas que a prótese dentária incomodou um pouco o ator Rami Malek, o que não atrapalhou sua atuação, mas é notável. Merecem aplausos nesta longa, a direção de arte, figurinos, maquiagem e os atores que formam a banda Queen, todos estão maravilhosos. É incrível como a caracterização os deixou bem parecidos com os integrantes da banda. E, claro Malek, não só por ser o protagonista, mas por estar maravilhoso em todos os sentidos, rouba todos os holofotes. Certamente, esse personagem deve render a ele uma indicação ao Oscar. Aliás, vale lembrar que Malek está em ótima fase, pois também está sensacional no filme “Papillon” como ator coadjuvante.


O longa é emocionante e encantador, mas para os mais apaixonados pelo Queen, e por Freddie Mercury, o fato dos acontecimentos não estarem na ordem cronológica pode incomodar um pouco, assim como alguns cortes na montagem, que interrompem clássicos da banda. Mas, pode ter a certeza de que o filme é uma belíssima homenagem. Se prepare, pois ele toca fundo no coração. Mas, fique tranquilo, o filme celebra a vida e a passagem deste grande astro pelo mundo da música. 



Agência Zapp News assistiu  "Bohemian Rhapsody" e deu nota 9,5. 


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