sábado, 11 de fevereiro de 2012

O Artista: Uma homenagem à história do cinema


Com irreverência, o filme retrata a memória do cinema mudo e é todo em preto e branco

Por Jorge Nunes

É preciso estar minimamente informado e psicologicamente preparado para ver o filme em questão, pois um desavisado ao ver sua seção, no mínimo irá estranhar por se tratar de um filme todo em preto em branco, no qual não é proferida uma só palavra, levando em consideração o atual período em que vivemos, onde a comunicação se faz fundamental. Pois bem, “O Artista” (TheArtist) se trata de uma obra metalinguística feita para sentir as emoções expressadas, seja pelos personagens, pela música, pelos sapateados e até mesmo pelo silêncio. As diversas situações que ali ocorrem, na minha visão, são de fácil compreensão para o público, apesar de ser um filme mudo.

O longa-metragem dirigido pelo diretor francês Michel Hazanavicius, produzido numa conexão França, Estados Unidos e Bélgica, é uma oportuna homenagem ao cinema Hollywoodiano, nos contando sobre um importante período, entre 1927 e 1932, de transição do cinema mudo para o cinema falado.

A trama concerne em volta de seu protagonista, o galã GeorgeValentin (interpretado pelo brilhante ator francês Jean Dujardin), um astro do cinema mudo que, além de interpretar, sabe dançar muito bem. Amado pelos paparazzis e com manchetes a toda hora na mídia, Valentin conhece de forma despretensiosa, numa espécie de coletiva, a aspirante à atriz e dançarina Peppy Miller (Bérénice Bejo, atriz franco-argentina e esposa do diretor do filme). A relação entre os dois fará toda a diferença no decorrer da película.


Com a chegada do cinema falado, Valentim com seu orgulho mostra ignorância e resiste em largar o cinema mudo. É ai que a estrela de Peppy começa a brilhar. Com seu carisma e talento, a bela jovem encanta a todas e se torna a atriz mais solicitada do momento. O galã é esquecido e cai na decadência, porém a paixão que um sente pelo outro fará com que seus caminhos se cruzem numa atuação de gala do casal, alimentando esta romântica, divertida e ao mesmo tempo dramática obra.

O filme conta com um elenco de apoio bastante familiar de Hollywood.Refiro-me aos atores John Goodman (eternizado pelo papel de Fred Flinston em “Os Flinstones”), Penelope Ann Miller (“O Primeiro Amor”) e James Cromwell (“Secretariat - Uma História Impossível”).


A trilha feita por Ludovic Bource conduz de forma brilhante a narrativa, dando as nuances necessárias às diversas situações ali retratadas. Outro ponto que quero destacar é o fiel companheiro de Valentin, o simpático cão terrier Uggie, que na minha ousada opinião, devia levar um Oscar de Melhor Ator coadjuvante (com todo o respeito aos demais concorrentes da categoria). Digo isso, pois a imagem expressada pelo cachorrinho por gestos e principalmente pelo olhar, até em momentos de alta dramaticidade, foi de uma proeza sem precedentes, sendo assim impossível de não se emocionar, fruto,certamente, de muito treinamento.  "Também concordo, caro amigo Jorge, o cão rouba a cena, literalmente, uma das mais brilhantes atuações de animais que eu já vi em todos os tempos", Graça Paes.

Para quem nunca sequer viu um filme mudo (ou até em preto e branco) na vida terá excelentes motivos para conferir. “O Artista” já é vencedor de 3 Globos de Ouro (Melhor Filme, Ator e Música Original) considerado pelos críticos como um prelúdio para o Oscar. Falando nisso, o longa do francês Hazanavicius está indicado a 11 Oscars, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Diretor. A premiação do Oscar vai ser realizada, dia  26 de Fevereiro, e também terá transmissão pela Tv aberta.
O filme também tem 12 indicações para o BAFTA, equivalente britânico do Oscar, além de ter ganho o prêmio como Melhor Filme pelo Critics’ choice Awards. OAtor Jean Dujardin, e ter conquistado o Globo de Ouro como Melhor Ator. Ainda faturou na mesma categoria, o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes e também pela Liga dos Atores (Screen Actors Guild Awards).

Segundo minha querida amiga Nayara Silva em seu facebook, é um filme de humor suave, interessante para o expectador que já viu filmes de Charles Chaplin e Jerry Lewis, ou séries como “Jeannie é um Gênio”, “A feiticeira” e até mesmo “Chaves”. Estas referências citadas se misturam nesta grande homenagem a história cinematográfica.

Quem conferir se encantará com certeza.  Dou nota 8,5

Eu, Graça Paes, dou nota 9,5, só não leva o 10, porque algumas cenas, poucas, são monótonas. Confesso, merece o Oscar

Publicação Agência Zapp News





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