sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Drive: Um herói, porém vingador


Ryan Gosling numa atuação primorosa vive um piloto que reflete o espírito heroico dos americanos

Por Jorge Nunes Chagas

A primeira coisa que me chamou muita atenção ao assistir este filme foi sua trilha sonora. Descobri se tratar de músicas instrumentais compostas por Cliff Martinez, que já compôs para “Sexo, metiras e Videotape”. Todas, em sua maioria, são músicas eletrônicas da melhor qualidade. Destaque para “Hero Um Real” (Um verdadeiro herói) e é justamente este o significado que o filme em questão quer passar, a figura de um herói.

O canadense Ryan Gosling é, seguramente, um dos melhores atores de nossa geração e pude comprovar seu brilhantismo entendendo bem a razão dele ser um aspirante a Oscar em tudo o que faz. Em “Drive”, Gosling vive um piloto dublê que executa manobras radicais em hollywood, além de ser mecânico, mas não para por ai. Ele atua clandestinamente como um “chofer do crime” efetuando a fuga de contrabandistas com seu carro.

O jovem piloto é de falar pouco, calado, não demonstra sentimentos e é um tanto frio, nos fazendo refletir sobre o próprio papel de Gosling, porém isso, de fato, não é um fator que diminua sua bela atuação, muito pelo contrário. Chega a ser bastante representativo seu papel. O driver é um cara de ação, que faz o que precisa ser feito, portanto um personagem do tipo “fale menos e execute mais”, é bem por ai.


A vida solteira e pacata do jovem mecânico muda quando ele conhece uma vizinha que balançou seu coração, a jovem Irene (Carey Mulligan), uma mãe que precisou criar sozinha uma criança sem a presença do pai, então preso. Ao sair da cadeia, seu marido, o bandido Standard (Oscar Isaac), precisa efetuar um assalto para quitar uma antiga dívida com bandidos e o nosso piloto decide ajudá-lo na empreitada (e consequentemente ajudá-la também). Tal atitude não poderia acabar bem, mas apesar do grande problema que ele foi arrumar, sua imagem como herói americano consegue estar ali, seja para defender o mal (bandidos) e o bem (sua amiga Irene).

Com visual estético inquietante, ótima trilha e fotografia, este longa “ala Tarantino” (assistindo irão entender melhor) pensa, fundamentalmente, em trabalhar as relações complicadas dos seres humanos e o peso de suas decisões.

O diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn, premiado no Festival de Cannes de 2011, como Melhor Diretor, pela obra em questão, além de ter feito tomadas com enquadramentos diferentes com Gosling, trabalhou muito com a questão do silêncio. Diria que, cenas das quais não são mencionadas sequer uma só palavra, na qual ficamos hipnotizados pelas inúmeras trocas de olhares, seja do piloto esperando o regresso de assaltantes, ou com sua vizinha, são momentos de grande clímax. Algumas cenas me surpreenderam mesmo que, previamente, eu esperasse por este ou aquele desfecho.

Este longa-metragem contou com a bela atriz Christina Hendricks (da série Mad Men, HBO), com Bryan Cranston (Larry Crowne) interpretando o tutor do piloto, e com os atores Ron Perlman (eternizado no papel de Hellboy) e Albert Brooks (Os Simpsons – o filme) ambos na pele de mafiosos que tiveram uma excelente contribuição, mesmo como coadjuvantes.

A ação contida na película aliada à atuação antológica de Gosling são motivos para fazer o público ir ao cinema conferir esta boa produção. O filme estreia no dia 02 de março de 2012.


Dou nota 7,5

Drive - Trailer Legendado:



Publicação Agência Zapp News

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