quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A opção sexual de uma pessoa pode ser modificada?


O curta "Amor Proibido" discute amor e homossexualismo





Por Graça Paes, Gramado, RS

Dirigido pelo cineasta gaúcho Maciel Brum, o curta "Amor Proibido" foi exibido numa mostra paralela no Festival de Cinema de Gramado, este ano. No elenco, estão Thierry Figueira, Paulo Vilela e Geovanna Ewbank.


O filme, que discute, entre outros assuntos, a questão da homofobia, conta a história de Paulo (Paulo Vilela), um homossexual  que divide um quarto com um amigo heterossexual, Daniel  (Thiery Figueira), pelo qual se apaixona. 


Aí começa a questão, quando no decorrer da trama, Paulo se descobre apaixonado pelo amigo, além de conviver em conflito com seus próprios sentimentos, ele também se depara com a discriminação da sociedade em relação a sua opção sexual e com a áixão desenfreada de sua melhor amiga, interpretada por Geovanna Ewbank que é capaz de ir aos extremos para tentar mudar a opção do amado.


“Amor Proibido” é o sétimo trabalho de Brum que é natural de Gramado, do Sul do país. Ele também é roteirista e produtor executivo da obra. Em seus trabalhos anteriores, o cineasta gaúcho abordou temas como pedofilia, incesto e Aids.

O curta te remete a reflexão e deixa um gostinho de quero mais.





Festival de Cinema de Gramado faz homenagens aos criadores do evento

Por Graça Paes, Gramado, RS



Na noite de quarta-feira, dia 15 de agosto, o Festival de Cinema de Gramado prestou homenagens a duas figuras ilustres do evento: Horst Volk e Romeu Dutra – que, em parceria, criaram o evento.  Horst Volk recebeu das mãos do cineasta Roberto Farias o Kikito especial. “Estou feliz demais por estar aqui. São 40 anos de muitas histórias emocionantes nesse que é o mais legítimo palco do cinema brasileiro. Nossa gratidão é pequena perto de tudo que já presenciamos no Festival”, comentou Horst.





Já Romeu Dutra recebeu a placa das mãos do cineasta David Quintaes e no palco também falou sobre a história do Festival. “Em 1973, tinha meia dúzia de hotéis em Gramado. E, com o passar dos anos, o Festival levou a cidade para todos os quadrantes do Brasil! Bom lembrar disso agora. Agradeço por esse momento!”.

 


Após as homenagens foram exibidos os curtas A Mão Que Afaga e Funeral à Cigana e os longas Vinci e O Que Se Move.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ministério da Cultura abre inscrições para seleção do Oscar


Inscritos concorrem a indicação para competir na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira

O Ministério da Cultura divulgou a abertura das inscrições do processo de seleção para indicação ao Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira na 85ª Premiação Anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences, o Oscar 2013. Serão recebidas inscrições de longas produzidos no Brasil exibidos em uma sala de cinema comercial por pelo menos sete dias consecutivos entre 1 de outubro de 2011 a 30 de setembro de 2012.



As inscrições estão abertas de 7 a 30 de agosto, de acordo com a portaria nº 109, de 6 de agosto de 2012. Os proponentes devem preencher o requerimento e reunir 12 (doze) cópias do filme, que devem ser destinadas a Oscar 2013 – Ministério da Cultura A/C Secretaria do Audiovisual, SCS Quadra 09, Lote C, Torre B, 8º andar. Edifício Parque Cidade Corporate. CEP: 70308-200 – Brasília (DF). A indicação será feita por uma comissão especial de seleção, que se reunirá às 10h do dia 20 de setembro no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, para anunciar o filme selecionado.



Os indicados para todas as categorias do Oscar 2013 devem ser anunciados em 24 de janeiro. O evento irá ocorrer no tradicional Kodak Theatre, em Hollywood, no dia 24 de fevereiro. O único filme brasileiro até o momento que ganhou a estatueta foi a produção ítalo-franco-brasileira "Orfeu Negro", em 1959.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Estreia - Batman: O cavaleiro das trevas ressurge


O longa ainda trás mais de uma hora de filmagens com câmeras IMAX

Por Graça Paes



Uma das estreias mais aguardadas do ano está nos cinemas a partir desta sexta, dia 27 de julho, o longa Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, terceiro e último título da trilogia.  Uma das principais novidades é mais de uma hora de filme gravada com câmeras IMAX, o lançamento, até o momento é a produção com recorde de imagens produzidas com a tecnologia. Chirstopher Nolan, diretor do filme e primeiro a usar câmeras em alta resolução em um longa, também utilizou a tecnologia no penúltimo título da seqüência: Batman – O Cavaleiro das Trevas.



Nessa nova produção do super herói, as imagens ficam mais ampliadas em uma tela que vai do teto ao chão e de parede a parede, além de uma imagem cristalina e som quatro vezes melhor do que em uma sala tradicional. Isso proporcionará ao espectador uma verdadeira experiência de imersão inédita e marcante.


Na nova trama, Bruce Wayne, mais conhecido como o homem morcego, é interpretado pelo ator Cristian Bale e desta vez ele enfrenta dois novos vilões de Gotham City: Bane (Tom Hardy) e Selina Kyle (Anne Hathaway), que mais tarde se transforma na incrível Mulher – Gato, aliás confira a excelente atuação de Hathaway, neste brilhante personagem que já encanta as telonas há 12 anos .

No longa, oito anos após os eventos ocorridos em Batman - O Cavaleiro das Trevas, o terrorista Bane retorna para a cidade de Gotham City, provocando o pânico e o desespero. Batman, que havia passado um período ausente das atividades de herói, já havia levado a fama de assassino,  por ter sido responsabilizado pelos crimes de Harvey Dent, percebe que a polícia local está sem forças para enfrentar o terrível criminoso, e então decide voltar do exílio.

Antes de seu retorno, surge na história, a misteriosa Selina Kyle que rouba um colar do cofre de Wayne e passa a ter seus passos monitorados por ele, numa trama cheia de mistérios e altas cenas de ação. E, logo, em pouco tempo, a bela moça se transforma na Mulher-Gato.

A partir daí o que esperar da mulher-gato, como lidar com Bane e como será que Batman volta do exílio? Será que ele está em forma e pronto para salvar sua cidade natal?  Ele volta para ficar? Será bem recebido na cidade, já que está com a fama de assassino? Se prepare para vivenciar muitas emoções e assistir brilhantes e bem produzidas cenas de ação. A emoção vai estar a flor da pele, mas terá boas cenas de romance e pitadas de humor. Uma intriga de mistério e muitas lições de vida.


Fonte: Graça Paes/ Agência Zapp News - Dicas de cinema

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Espetacular Homem-Aranha: Simplesmente “espetacular”

Por Graça Paes

Esqueça tudo o que você viu sobre a história Peter Parker, e embarque em uma nova aventura. Assim começa a trama que reconta a história do jovem Peter, desta vez interpretado pelo talentoso, Andrew Garfield, em uma de suas melhores performances no cinema.

Nesta versão, Parker é um estudante rejeitado por seus colegas e que foi abandonado por seus pais ainda criança, sendo então criado por seu Tio Bem, personagem do ator Martin Sheen, que também dá um show em ação e pela Tia May, Sally Field. 



 
Assim, como muitos jovens que são abandonados pelos pais e apresentam algumas crises existenciais, Peter tenta descobrir o seu próprio eu. Ele também começa a conhecer os segredos do amor e embarca em seu primeiro romance com a bela colega de classe Gwen Stacy, interpretada por Emma Stone, e juntos o casal desvenda o amor, lida com a realidade da vida, assume compromissos e mantem segredos.


Porém, a vida de Peter vira de pernas pro ar quando ele acha uma misteriosa maleta que pertencia a seu pai, a partir daí ele e se depara com algumas pesquisas de pai, que podem desvendar o porquê do desaparecimento  de seus pais. Esse material, o leva diretamente à empresa de pesquisas Oscorp e ao laboratório do Dr. Curt Connors - Rhys Ifans, antigo sócio de seu pai procurando por respostas e uma conexão.


Como nem tudo são flores, o jovem Peter em sua busca por respostas comete um erro que o coloca de frente com o Dr. Connors, ex-colega de profissão de seu pai, e que posteriormente vai se transformar em um réptil. 


Ao assumir o papel de Homem-Aranha e lidar com as novidades de sua nova vida, Peter tem que tomar decisões que podem alterar vidas, para usar seus poderes e moldar seu destino de se tornar um herói.


No elenco estão Andrew Garfield (Peter Parker), Emma Stone (Gwen Stacy), Rhys Ifans (Curt Connors), Sally Field (Tia May), Martin Sheen (Tio Ben), Denis Leary (George Stacy), Campbell Scott (pai de Peter), Julianne Nicholson (mãe de Peter), Irrfan Khan (o vilão Van Atten), entre outros.


O longa, dirigido em 3-D por Marc Webb, estreia dia 6 de julho nos cinemas.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Apenas uma noite: a traição abordada de uma forma poética

O Drama Romântico num belo roteiro, aborda valores com um excelente elenco


Por Graça Paes


A iraniana Massy Tadjedin estreia com o pé direito na direção de uma bela história própria do drama romântico que aborda a traição de uma forma poética e carinhosa. O longa leva o expectador a refletir sobre diversos valores e a viajar na história que se passa em uma única noite, mas sendo esta decisiva na vida de quatro pessoas.


O forte quarteto dos protagonistas atraiu uma coprodução entre EUA e França: os ingleses Keira Knightley ("Um Método Perigoso") e Sam Worthington ("Avatar"), a norte-americana Eva Mendes ("Os Donos da Noite") e o francês Guillaume Canet. Em torno dos quatro, Massy arma uma trama sobre a tentação da traição e os eternos segredos dos grandes amores.



A história é baseada no casamento de Joanna (Keira Knightley) com o executivo Michael Reed (Sam Worthington). Eles são casados há quatro anos e namoraram desde a adolescência. O casal, que mora em Nova York, parece seguro quanto a relação, até que Joanna conhece Laura (Eva Mendes), uma sensual colega de trabalho do marido, e imagina que há alguma coisa acontecendo entre os dois. Como Michael e Laura viajam a trabalho no dia seguinte, a noite de sua véspera é de conflito, preocupação e pode vir a mudar a vida do casal.




Logo pela manhã, a própria Joanna acha que está exagerando e firma uma trégua com Michael. Depois que ele parte, ela vai tomar café na rua e esbarra com um antigo e complicado amor mal resolvido do passado, o francês Alex (Guillaume Canet), que entrou em sua história em um dos rompimentos dela com o atual marido, na época em que namoravam.


O jantar marcado para aquela noite leva Joanna a arrumar-se como nunca, despertando em si própria outras expectativas. Alex, o ex namorado, por sua vez, não atravessou de volta o Atlântico à toa. Ele está disposto a confrontar Joanna sobre o que deu errado para eles e vai fazer de tudo para retomar o romance.


O filme trabalha esse confronto: a de Michael por Laura e a de Joanna por Alex, procurando criar expectativas sobre se vai ou não haver traição, e em qual dos dois casos.


Um dos pontos altos do longa é o reencontro entre Keira Knightley e Guillaume Canet, cujos personagens são humanos, mais genuinamente balançados por emoções divididas, especialmente ela, que parece ter a certeza que irá ser traída pelo marido, em sua viagem de negócios.


Eva Mendes, apesar de linda, neste longa foge do estereótipo de apenas uma mulher sensual e latina, ela, que já é por si uma mulher exuberante, segura sua personagem com dignidade e mostra a sensualidade não apenas com o corpo, mas através de gestos e olhares.


Apesar de alguns deslizes na luz, o longa apresenta uma boa fotografia e mostra a Nova York dos cartões postais. Quanto ao roteiro é impecável.


Eu recomendo. Um excelente filme para parar, pensar e refletir até que ponto devemos ousar ou não em uma relação.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Branca de Neve e o Caçador: De um conto de fadas para uma aventura épica marcante

Rupert Sanders juntamente com os mesmos produtores de “Alice”, trazem à tona uma versão contemporânea, madura e sombria deste lendário clássico


Por Jorge Nunes Chagas

Começo este post pedindo desculpas a você, caro leitor, apreciador da sétima arte e que vinha me acompanhando. Dividido por outras obrigações, fiquei impossibilitado de acompanhar os lançamentos com a mesma frequência habitual, porém, sempre que possível e de forma eventual, procuro assistir e por fim voltar a escrever. Quero agradecer por me prestigiar e espero contribuir novamente em sua decisão na hora de escolher este ou aquele filme para assistir.

Nos últimos anos, nos deparamos com novas adaptações de clássicos contos lendários compostos de roteiros rudimentares, mas que fizeram enorme sucesso em sua época como Chapeuzinho Vermelho, Alice no País das Maravilhas e tantos outros. Inclusive os mesmos produtores se encontram nesta produção que pretendo discernir aqui. A retomada de clássicos se deve também, é claro, da falta de criatividade dos produtores Hollywoodianos, pois vislumbramos, quase que sistematicamente, a adaptações de livros, continuações (MIB 1, 2 e 3,por exemplo)e remakes.

Confesso que isso me irrita às vezes, entretanto, enxergo uma oportunidade para que a atual geração possa partilhar destas histórias, pois, infelizmente, muitos de nossa sociedade atual não se interessam em saber sobre estas histórias e, por vezes, de nosso passado, se fazendo necessário este tipo de intervenção a fim de despertar a curiosidade do grande público.


Pois bem, o filme em questão desta vez é “Branca de Neve e o Caçador” (“Snow White and the Huntsman”). Temos uma Charlize Theron (“Prometeus”, 2012) maléfica e convincente no papel da rainha má Ravenna, numa atuação segura e com uma presença de câmera de impressionar. Na pele de Branca de Neve temos Kristen Stewart que, na minha visão, ainda está um tanto difícil se desvincular de Bela Swan da Saga “Crepúsculo”, assim como Chris Hemsworth quando protagonizou “Thor” e “Os Vingadores”, este no papel do caçador Eric. Juntos, o trio (entre os demais atores) transformou a antiga fantasia em um épico de chamar bastante à atenção.


A estrutura básica da história é a mesma, contudo, o aclamado diretor de comerciais Rupert Sanders adiciona tons mais sombrios, rebeldes e medievais na película. A rainha má precisa destruir a única mulher mais bela (olha a do Crepúsculo ai, se é que entenderam o trocadilho!) do reino para alcançar a imortalidade, porém, tanto uma como a outra decidem se confrontar. Branca de Neve passa a treinar a arte da guerra com Eric, o caçador enviado por Ravenna para matá-la, sendo que a rainha má nem imagina de tal fato. Assim, Branca de Neve terá condições de enfrentá-la, ela que, mais tarde, irá contar também com a ajuda de William (Sam Claflin), o jovem duque há tempos encantado por sua pureza e coragem.


A atuação de Charlize é antológica, ofuscando de forma efusiva o papel de Kristen a ponto de torcermos pela vilã em alguns momentos (ou não, dependendo do ponto de vista do expectador). Mal comparando, Kristen Stewart está para Branca de Neve assim como Christian Bale está para Batman no “Batman – Cavaleiro das Trevas”, onde mais uma vez o vilão chamou mais atenção do que o herói. Neste caso, o Coringa, interpretado por Heath Ledger, rouba a cena com seu brilhantismo, minimizando a atuação de Bale e fazendo digna a homenagem póstuma que recebeu quando conquistou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante (ou diria Melhor Ator “principal”?!), no Oscar de 2009. Que Deus o tenha!


No longa ao qual estou elucidando, encontrei inúmeras referências interessantes. Quando vi Bela, digo, Branca de Neve em sua primeira cena, ela parecia ter encontrado os dementadores do filme Harry Potter, além de, posteriormente, numa cena protagonizada na floresta negra, lembrei-me do gás alucinógeno do espantalho, o arquirrival de Batman em “Batman Begins (2005)”- olha o Batman de novo -, entre tantos.


Chris Hemsworth fez um papel do que se espera dele, apresentando características já vistas em “Thor” como teimosia, vitalidade, agressividade e um coração nobre. Em alguns momentos, ao ver Chris contracenando com Kristen quando lhe ensinava a arte da guerra, me recordei do assassino Léon em “O Profissional (1994)”, interpretado por Jean Reno, quando treinava Mathilda, vivida por Natalie Portman, uma adolescente que se envolveu com o matador e pediu que a ensinasse o manuseio de armas para que ela pudesse se vingar da morte de seus familiares.


Comparações à parte, o filme é repleto de excelentes efeitos visuais fazendo do diretor de arte Dominic Watkins caprichar e muito nos detalhes, além de um figurino de época de fazer inveja. Não é à toa a convocação da premiada figurinista Colleen Atwood, uma inovadora na arte da costura que trabalhou em “Alice” e, desta vez, foi buscar em Instambul sua inspiração, criando roupas que se misturaram de forma imperceptível a aquele universo, dizendo muito sobre ele e suas figuras.

A trilha de James Newton Howard pontua com maestria cada momento da fita, fazendo-a digna de um épico grandioso. A fotografia não deixa por menos, com um grande trabalho de Greig Fraser que, em conjunto com os demais produtores, nos fazem crer que o que vemos é de fato real. Tenho de creditar também a boa adaptação do roteiro por parte dos roteiristas Evan Daugherty, John Lee Hancock e Hossein Amini, que transformaram uma história infantil em uma história para adultos, mantendo sua essência.


O elenco conta com Sam Spruell como Finn, o irmão de Ravenna e os sete anões: Ian McShane, na pele de Beith, líder dos anões, Nion, vivido por Nick Frost, o braço-direito de Beith, Muir, vivido por Bob Hoskins um sábio vidente e líder cego, Quert, interpretado por Johnny Harris, o guia do pai vidente, Gort, interpretado por Ray Winstone, Coll, vivido por Toby Jones, Duir interpretado por Eddie Marsan, Gus, vivido por Brian Gleeson, que se apaixona por Branca de Neve quando a conhece e a protege em um momento de perigo extremo, além de Raffey Cassidy a linda criança que vive a Branca de Neve quando criança.

É interessante o fato de o diretor Rupert Sanders ser estreante em longas, ele que é nato na arte de se fazer comerciais inovadores como do game “Halo 3”. Segundo os produtores, Sanders tinha a visão e habilidade necessária para que a produção fosse bem sucedida. E creio eu que foi.

“Branca de Neve e o Caçador” estreia nesta sexta, 01/06, somente nos cinemas e é uma boa pedida a conferir. Recomendo!

Dou Nota 8,0


Publicação Agência Zapp News


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Xingu: Dicotomia de interesses em prol da região indígena

A obra de Cao Hamburguer baseada em uma história real traz à tona a heroica saga dos irmãos Villas Bôas




Por Jorge Nunes Chagas

“Estar em lugares que ninguém nunca esteve”. Esta frase dita no filme é fundamental para entender a intenção do diretor Cao Hamburguer ("O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", 2006) e dos jovens aventureiros retratados nesta aventura histórica do cinema nacional.

A história de Xingu tem seu início nos anos 40 e parte da iniciativa dos irmãos Villas Boas, que se alistam na Expedição Roncador-Xingu para juntos realizarem uma expedição rumo a novas descobertas pelo Brasil Central. Os desbravados jovens Cláudio (João Miguel - "Bonitinha Mas Ordinária", 2009), Leonardo (Caio Blat – “Bróder”, 2010) e Orlando Villas Bôas (Felipe Camargo – “Som e Fúria – O Filme”, 2009), partem para uma missão que, mais tarde, têm maior significância ao conhecer o povo indígena daquela região explorada.

Um dos primeiros aspectos do filme que me chamaram a atenção foi a fotografia de Adriano Goldman que, particularmente, me fez alusão ao lendário documentário “Cabra Marcado para Morrer” de Eduardo Coutinho. Mas não só isso. Os sucintos mistérios aliado ao sentimento de descobrir coisas é outro fator muito semelhante ao documentário dele. É como se, de certa forma, estivéssemos assistindo a um documentário do Discovery Channel.


Pois bem, através das águas do Rio Xingu, os irmãos Villas Bôas são levados a aldeias da tribo dos Kalapalos. O estranhamento e a interação entre brancos e indígenas são retratados com muita riqueza de detalhes, tornando a experiência do filme saborosa e fascinante devido às descobertas de nossos exploradores, fazendo de nós expectadores testemunhas oculares de luxo de seus feitos. Dois mundos diferentes que se encontram para atingir um só objetivo, cuidarem um do outro, pelo menos na teoria.



A história ganha outros contornos. Interesses políticos e militares surgem para distorcer a missão dos jovens irmãos num jogo de interesses e de poder. O que era, a princípio, para ser uma assistência dos brancos aos indígenas, torna-se um compromisso de maior seriedade devido ao alto envolvimento que tiveram a fim de preservar suas culturas. O caminho acaba ficando perigoso e sem volta, transformando para sempre a vida de todos os envolvidos.

O clima do filme, com cidadãos usando roupas sujas no corpo se contrasta com as belezas naturais, as belas índias, os riachos cristalinos e as belas florestas. As lutas e resistências sucedidas chegaram a um denominador comum, a construção do Parque Nacional do Xingu, um parque ecológico e reserva indígena que já foi considerado o maior do mundo. Unidos, estes fatores são de uma beleza simplista de emocionar. A trilha de Beto Villares, bem ao estilo “pantanal”, é um complemento a mais nesta película.


Este longa baseado em uma história real e com um viés de documentário, conta também com as participações de Maiarim Kaiabi (Prepori), Awakari Tumã Kaiabi (Pionim), Adana Kambeba (Kaiulu), Tapaié Waurá (Izaquiri), Totomai Yawalapiti (Guerreiro Kalapalo) e aparições especiais de Maria Flor (Marina), Augusto Madeira (Noel Nutels) além de Fabio Lago (Bamburra). Este último parece gostar de encarnar personagens do tipo “trabalhador em terras desconhecidas”, pois houve um personagem vivido por Fabio na minissérie “JK”, o Severino (o Gaúcho), que tinha características muito semelhantes.

Recomendo este filme não só pelos motivos explícitos acima, mas também por ser um importante capítulo da história brasileira. A obra conta com a produção de Fernando Meirelles (que dirigiu “Cidade de Deus” de 2002), Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck. Xingu estreia nesta sexta-feira, dia 06/04 somente nos cinemas.

Dou Nota 8,5


Publicação Agência Zapp News