quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Crítica do filme: , “O Telefone Preto 2”

Por Graça Paes, RJ

Com direção de Scott Derrickson, roteiro de Scott Derrickson e C. Robert Cargill, produção de Jason Blum, Scott Derrickson e C. Robert Cargill, com personagens personagens criados por Joe Hill (personagens originais do primeiro filme), com 114 minutos de duração, “O Telefone Preto 2”, estreia nos cinemas dia 16 de outubro. 

Quatro anos após os eventos do primeiro filme, “O Telefone Preto 2” nos transporta para 1982 e reencontra Finney Blake, agora adolescente, ainda às voltas com os traumas do sequestro que o marcou profundamente. Sua irmã, Gwen, passa a ter visões e ligações sobrenaturais que envolvem o desaparecimento de crianças em um acampamento de inverno, o Alpine Lake, conectando passado e presente em um fio tênue entre o real e o espectral.

A continuação aposta em uma fusão entre o horror de acampamento, com ecos de “Sexta Feira 13”, e uma atmosfera onírica marcada por invernos densos e sonhos perturbadores. A estética de filme caseiro em 8mm e a ambientação gelada conferem ao longa uma textura visual distinta, afastando-o do confinamento opressivo do primeiro título.

Se no original o terror era direto, claustrofóbico e quase palpável, neste segundo filme, ele ganha contornos mais psicológicos e surreais. O “Grabber”, vilão eternizado por Ethan Hawke, surge agora sob uma forma mais etérea, mas ainda impregnada de presença e inquietação. Hawke mantém o peso e a aura do antagonista, mesmo quando o roteiro opta por transformá-lo em figura quase simbólica.

O foco da narrativa se desloca para o trauma pós-evento, explorando as cicatrizes emocionais, o amadurecimento e a tênue fronteira entre o vivido e o imaginado. É um filme que tenta ir além dos sustos fáceis, ainda que, ao abrir seu escopo para espaços amplos e sequências oníricas, perca parte da tensão concentrada que fez do original um destaque do gênero.

Ambicioso e visualmente marcante, “O Telefone Preto 2” busca reinventar sua mitologia com mais profundidade e abstração. Em muitos momentos, acerta ao criar imagens poderosas e atmosferas hipnóticas; em outros, o excesso de complexidade dilui o impacto narrativo e enfraquece alguns personagens.

Como sequência, é um risco calculado: ousa expandir o universo do terror de confinamento para um terreno mais psicológico e metafísico. Para quem se deixou envolver pelo primeiro filme e está aberto a uma leitura mais sombria e introspectiva, a experiência vale o ingresso. Já os que preferem o horror direto, sem camadas adicionais de simbolismo, podem sair menos convencidos.

A Agência Zapp News já assistiu e nossa nota é 8. 







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