Por Graça Paes, RJ
O Festival do Rio fechou sua 27ª edição em grande estilo, consagrando o melhor do cinema contemporâneo com a revelação dos vencedores do Troféu Redentor e Félix O prêmio, que homenageia os filmes das mostras Competição Principal e Novos Rumos da Première Brasil, além do Prêmio Felix, destinado a produções com temática LGBTQIAPN+, tanto nacionais quanto internacionais, coroou os destaques da temporada.
Nesta edição, 48 filmes, entre longas e curtas-metragens, disputaram o Troféu Redentor nas duas categorias competitivas da Première Brasil. Entre as inovações da edição, destaca-se a criação da categoria Melhor Figurino na Competição Principal e o retorno dos prêmios do voto popular, que permitiram ao público escolher seus favoritos nas categorias de Melhor Longa de Ficção e Melhor Longa Documentário na Competição Principal, além de Melhor Longa-Metragem na mostra Novos Rumos. A cerimônia de premiação, realizada no Cine Odeon, foi conduzida pelos atores Clayton Nascimento e Luisa Arraes.
Na cerimônia de encerramento do evento, a diretora-executiva do festival, Ilda Santiago, destacou o sucesso desta edição: "Foi um ano muito especial, com salas lotadas, encontros de mercado e novos projetos ganhando vida." Ela também agradeceu aos jurados, participantes e público, que, com mais de 140 mil espectadores, garantiram o recorde de público na década. "É uma rede de paixão pelo cinema", completou Ilda, ressaltando a importância do apoio contínuo à arte.
Já a diretora e organizadora do Festival, Walkiria Barbosa destacou sucesso do RioMarket, que, este ano, teve um marco histórico: pela primeira vez, o setor audiovisual brasileiro foi incluído no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, por meio do programa Nova Indústria Brasil (NIB), com a presença do Ministério no evento.
Com a edição de 2025, o Festival do Rio reafirma sua posição como um dos maiores e mais importantes eventos cinematográficos da América Latina, celebrando a diversidade e a inovação no cinema nacional e internacional.
Confira todos os vencedores do Festival do Rio 2025:
PREMIÈRE BRASIL: COMPETIÇÃO PRINCIPAL
Pequenas Criaturas, de Anne Pinheiro Guimarães, venceu o Troféu Redentor de Melhor Longa-Metragem de Ficção na Competição Principal da Première Brasil (Foto: Davi Campana)
Melhor Longa-metragem de Ficção
Pequenas Criaturas, de Anne Pinheiro Guimarães
(Pequenas Criaturas, dirigido e roteirizado por Anne Pinheiro Guimarães, tem em Carolina Dieckmann uma protagonista que precisa se reinventar diante do desamparo. Ambientado em Brasília em 1986, o filme acompanha Helena e seus filhos após o súbito desaparecimento do marido, num cenário árido e impessoal que reflete o vazio emocional da família.
O título, que remete tanto ao cachorro atropelado quanto aos insetos observados pela câmera, amplia o sentido de fragilidade e resistência diante da perda.
Com sutileza, o longa transforma o luto em movimento e o silêncio em gesto, revelando um retrato sensível sobre reconstrução, afetos e sobrevivência em tempos de incerteza.)
Melhor Longa-Metragem de Ficção: Voto Popular
#SalveRosa, de Susanna Lira
Melhor Longa-Metragem Documentário
Apolo, de Tainá Müller e Ísis Broken
Melhor Longa-Metragem Documentário: Voto Popular
Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins
Prêmio Especial do Júri
Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins
Melhor Direção de Longa-Metragem de Ficção
Rogério Nunes, por Coração das Trevas
Melhor Atriz
Klara Castanho, por #SalveRosa
Melhor Ator
Gabriel Faryas, por Ato Noturno
Melhor Direção de Documentário
Mini Kerti, por Dona Onete - Meu Coração Neste Pedacinho Aqui
Melhor Atriz Coadjuvante
Diva Menner, por Ruas da Glória
Melhor Ator Coadjuvante
Alejandro Claveaux, por Ruas da Glória
Melhor Roteiro
Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, por Ato Noturno
Melhor Fotografia
Luciana Baseggio, por Ato Noturno
Melhor Direção de Arte
Claudia Andrade, por Pequenas Criaturas
Melhor Montagem
André Finotti, por Honestino
Melhor Som
Ariel Henrique e Tales Manfrinato, por Love Kills
Melhor Trilha Sonora Original
Plínio Profeta, por Apolo
Melhor Figurino
Renata Russo, por #SalveRosa
Melhor Curta-Metragem
Sebastiana, de Pedro de Alencar
O Faz-Tudo, de Fábio Leal
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PREMIÈRE BRASIL: NOVOS RUMOS
Uma Em Mil, de Jonatas Rubert e Tiago Rubert, venceu o prêmio principal na seleção Novos Rumos da Première Brasil — Foto: Davi Campana/Festival do Rio
Melhor Longa-Metragem
Uma Em Mil, de Jonatas Rubert e Tiago Rubert
Uma em Mil é um documentário dos irmãos Jonatas e Tiago Rubert que revela uma estatística importante: a cada mil nascimentos, um bebê nasce com Síndrome de Down. O filme faz uso de um vasto acervo de imagens da infância dos protagonistas, muitas delas filmadas pelo pai antes de seu falecimento. Após a perda do pai, Jonatas, o irmão mais velho, continuou o legado e passou a registrar conversas com Tiago, que tem Síndrome de Down. A narrativa é guiada pelas perguntas de Jonatas e pelas respostas de Tiago, que oferecem um olhar sincero sobre seu diagnóstico e a visão que tem da vida.
Melhor Longa-Metragem: Voto Popular
A Herança de Narcisa, de Clarissa Appelt e Daniel Dias
Melhor Direção
João Borges, por Espelho Cigano
Melhor Atriz
Ana Flavia Cavalcante e Mawusi Tulani, por Criadas
Melhor Ator
Márcio Vito, por Eu Não Te Ouço
Menção Honrosa de Melhor Atriz
Docy Moreira, por Espelho Cigano
Prêmio Especial do Júri
Nada a Fazer, de Ângela Leal e Leandra Leal
Melhor Curta-Metragem
Ponto Cego, de Luciana Vieira e Marcel Beltrán
Menção Honrosa de Curta-Metragem
Os Arcos Dourados de Olinda, de Douglas Henrique
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PRÊMIO FELIX
Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, também premiado na Première Brasil, conquistou o Prêmio Felix de Melhor Filme Brasileiro — Foto: Davi Campana/Festival do Rio
Melhor Filme Brasileiro
Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
(Dirigido por Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, 'Ato Noturno' lança um olhar sensível sobre as tensões entre a imagem pública e as vivências íntimas. O longa acompanha Matias, um jovem ator que se prepara para sua estreia teatral enquanto equilibra as complexidades da amizade, da rivalidade artística e do desejo. Sua relação com Rafael, iniciada em um aplicativo de encontros, desperta nele novas ambições e questionamentos sobre autenticidade e protagonismo, tanto na arte quanto na vida.
Com estética refinada e direção precisa, o filme mergulha nas contradições dos personagens, revelando como o palco e a vida real se confundem. Ao optar por um desfecho afirmativo, Matzembacher e Reolon subvertem a tradição dos finais trágicos reservados a narrativas queer, oferecendo uma história de afeto, descoberta e resistência silenciosa.)
Melhor Filme Internacional
A Sapatona Galáctica (Lesbian Space Princess), de Leela Varghese e Emma Hough Hobb
Melhor Documentário
Copacabana, 4 de Maio, de Allan Ribeiro
Prêmio Especial do Júri
Me Ame Com Ternura (Love Me Tender), de Anna Cazenave Cambe.
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