quinta-feira, 18 de abril de 2024

Crítica do filme: “Guerra Civil”

Por Graça Paes, RJ

Com direção e roteiro de Alex Garland, o filme “Guerra Civil” (“Civil War”), um mix de ação e suspense, estreia nos cinemas brasileiros dia 18 de abril.

O longa é ambientado em um mundo distópico, (marcado pela falta de liberdade, baixa qualidade de vida, desigualdade, condições ambientais adversas e a deturpação da tecnologia. É o oposto de uma utopia, onde temos um futuro perfeito com condições ideais. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.), onde os EUA vivem uma guerra civil. E, em meio ao conflito e cercados de perigos, quatro profissionais da comunicação se unem em prol de uma cobertura que pode ser a melhor e mais emblemática de suas vidas.


O filme nos leva ao centro de uma batalha civil “visceral” com direito até ao ataque ao Capitólio dos EUA, em 6/01/2021. E, em meio ao caos. Lee, uma famosa fotojornalista da agência de notícias Reuters (interpretada por Kirsten Dunst), já demonstra estar cansada de fazer esse tipo de cobertura violenta, mas seu parceiro jornalístico, o repórter Joel (Wagner Moura), está a pleno vapor, empolgado em conseguir entrevistar o presidente (Nick Offerman), que dissolveu o FBI (a polícia federal americana) e que ordenou que os militares atacassem cidadãos comuns. 


Em busca do furo jornalístico e das melhores imagens, eles se unem a um repórter sênior do The New York Times, Sammy (Stephen Henderson), e a uma novata, que é admiradora do trabalho de Lee e que está disposta a vivenciar esta jornada, Cailee Spaeny, no papel da jovem aspirante à fotojornalista Jessie Cullen.  Os quatros, num mesmo veículo, seguem na estrada e fazem o  trajeto de Nova York a Washington, passando por áreas devastadas, enfrentando uma série de perigos, e se deparando tanto com militares quanto com civis exibindo seus feitos violentos, já que Estados rebeldes formaram diferentes alianças, incluindo a improvável parceria Texas-Califórnia nas chamadas Forças Ocidentais. 

Os estados separatistas se rebelam contra um governo autoritário nos EUA, e o cenário é de destruição. Helicópteros sobrevoam a capital americana e explosões atingem diversos pontos, entre eles, o monumento Lincoln Memorial. 


Quando enfim eles chegam a casa branca se deparam com mais jornalistas que escondem dos tiros atrás de veículos militares blindados. E, agora, como chegar até o presidente? Eles terão as melhores fotos, conseguiram o furo jornalístico? Ah, só assistindo. 

Tecnicamente é um bom filme. Em alguns momentos determinadas cenas nos remetem ao seriado The Walking Dead tamanha a violência e a devastação. 

O longa tem um mix de talentos ressaltando Wagner Moura, palmas também para Kirsten Dunst que representou com maestria o ofício dos fotojornalistas. E aplausos para Stephen Henderson que entra em cena para alertar sobre o etarismo na profissão. Já a entrada da aspirante a fotojornalista nos remete aos novatos em determinadas áreas do jornalismo, muitos são até mesmo, desencorajados a seguir em frente. 

No decorrer do filme, nos deparamos com um vácuo, que ora pode ser uma falha do roteiro, ora pode ser algum erro na montagem, fato que é que a história fica inconclusiva, parece que está faltando algo. Alguns pontos não batem. 

É um filme político, determinado a ser apartidário, e que faz um alerta assustador e crível para os EUA e, por extensão, para todos os países, sobre o produto da polarização, da divisão, do preconceito, entre outras questões.


A Agência Zapp News já assistiu e nossa nota é 8.5  




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