Por Jorge Nunes Chagas
Você colocaria uma amizade de muitos anos a perder por conta de uma mulher? Esta pergunta, creio eu, é a grande premissa para o desenrolar da trama que pretendo discernir aqui.
O centro das atenções chama-se Lauren Scott, interpretada por Reese Witherspoon (vencedora do Oscar pelo papel vivido em “Johnny e June”). Lauren, uma avaliadora sênior de produtos e líder bem sucedida em sua empresa, é carente no amor. Então, ela, com a ajuda de sua melhor amiga Trish (Chelsea Handler - da série de TV “Are You There, Chelsea?”) decide procurar o homem ideal.
Até ai tudo bem, se não fosse o que mais tarde se tornaria um triângulo amoroso, e do mais perigoso possível. Os dois homens em questão se tratam de agentes secretos da CIA, dois amigos inseparáveis e espiões veteranos que, pelas circunstâncias da vida e o mais puro acaso, acabam disputando a mesma mulher. Lauren começa a ter um romance com Tuck (Tom Hardy – “A Origem”), um homem de família, tradicional, apesar da profissão perigosa. Já FDR Foster (Chris Pine – “Incontrolável”) é um daqueles típicos cafajestes que, aos poucos, vai amolecendo o coração. Trish acaba sendo importante por incentivar a amiga a manter uma relação com os dois “partidões”. Apesar do “loves in the air”, temos o bandidão Heirich na jogada, interpretado por Til Schweiger (“Bastardos Inglórios”), este querendo se vingar da dupla de espiões por prejudicá-lo no passado.
“Guerra é Guerra” (This Means War), é uma comédia romântica muito agradável com ação razoável (você entenderá a razão a seguir). Tudo é válido na disputa pelo coração da gata, levando em consideração os recursos avançados disponíveis que a CIA oferece para as investidas dos agentes. A guerra está declarada e a batalha irá gerar grandes proporções. Lauren não faz ideia da disputa pelo seu amor.
O diretor McG (de “As Panteras” e “Exterminador do Futuro: A Salvação”) ao produzir o filme, fez uma menção ao agente secreto mais famoso do cinema, James Bond, e especulou a possibilidade dele trabalhar com Ethan Hunt, o famoso protagonista de “Missão Impossível”. Em seu exercício mental, McG acha que ambos teriam respeito um pelo outro, mas numa situação como esta, não cederiam de jeito algum: - “ao afinal das contas, cada um apostaria em si próprio. E isso é um ótimo argumento para um filme.” – diz ele. McG contou com a presença de Will Smith, não como ator, mas como produtor.
Apesar do bom roteiro feito pelo trio Timothy Dowling, Simon Kinberg e Marcus Gautesen, creio que o diretor não soube distribuir harmonicamente ação com as situações engraçadas que ali se fizeram. Diria que 70% da película é focada nas situações embaraçosas proporcionadas pelo triângulo amoroso, comédia de fato, e os outros 30% de ação mais intensa de um tanto para o final. A sinergia foi fraca neste sentido. Outros filmes de gênero semelhante como “Par Perfeito” de Robert Luketic e “Encontro Explosivo” de James Mangold, souberam, ao menos, harmonizar e promover as sinergias de melhor forma.
Apesar dos clichês e das situações curiosíssimas e surpreendentes, como diria minha irmã, é um filme “fofo” que serve de inspiração para os apaixonados, pois, acima de tudo, os agentes procuram entender os gostos da amada (o que é ótimo!) e assim impressioná-la para conquistar seu coração. À medida que a disputa vai ficando mais acirrada, o filme fica cada vez mais louco, tornando a trama atraente de forma a prender os expectadores, aguçando a curiosidade para saber com quem ela ficará.
O filme tem bons efeitos especiais, tanto que, numa cena em especial, uma perseguição, fiz alusão ao filme “Velozes e Furiosos 5”, sobre um carro rodopiando. Quem conferiu Velozes e for ver no cinema irá lembrar. A trilha produzida por Christophe Beck é muito interessante, pois se trata de música eletrônica (da melhor qualidade) que chega a ser incisiva nos momentos de grande perigo que andou rondando este longa.
É um filme divertido e que me arrancou algumas risadas (sou meio difícil de rir). Creio ser uma ótima diversão sem sombra de dúvida. O filme estará em cartaz a partir de 16 de março nos cinemas.
Dou nota 8,5
Publicação Agência Zapp News
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