Por Graça Paes, RJ (Agência Zapp News)
O filme Tungstênio com direção de Heitor Dhalia, é uma adaptação dos quadrinhos de Marcello Quintanilha. O cenário desta história é Salvador e tudo gira em torno de quatro personagens centrais. Um sargento do exército aposentado, um policial e sua esposa e um traficante que se unem por um objetivo comum: acabar com um crime ambiental.
Tungstênio nos mostra um outro lado da Bahia, o subúrbio, o lado periférico, violento com uma abordagem clara e dinâmica. Ele retrata a exclusão e as tensões sociais que existem no Brasil e traduz como a violência urbana é um subproduto dessa desigualdade. O filme aborda temas complexos, mas sem apelação. Tem cenas de nudez, mas encaixadas num contexto.
A direção está de parabéns, já que o filme segue fielmente o roteiro dos quadrinhos de Quintanilha, até nas cenas mais complexas, e leva a telona uma bela fotografia embalada por uma boa trilha sonora.
Um outro fato que nos chama a atenção são os novos talentos. Os atores Samira Carvalho e Wesley Guimarães são um achado e fazem bonito em cena. Eles dividem as cenas com feras como Fabrício Boliveira e José Dumont.
De acordo com o diretor, Dhalia, Tungstênio traz à tona temas complexos, como, o abuso de gênero, o racismo estrutural e várias outras questões importantes a serem debatidas. “Acho que o filme provoca um olhar crítico para o país de hoje, na rua, no cotidiano e revela como a aparente tranquilidade pode ser rompida a qualquer momento. De uma maneira involuntária produzimos um retrato duro do país. Um Brasil onde a ideia romântica que tínhamos de nós mesmo foi deixada de lado”, ressalta ele.
O longa nos leva a muitas reflexões, entre elas, amor, amizade, valores e relacionamento familiar. É um filme que merece sua atenção.
É o cinema nacional ganhando cada vez mais forma e mostrando ao mundo que também sabe adaptar quadrinhos com excelência.
A agência Zapp News já assistiu e nossa nota é 10.
A partir de 21 de junho em cartaz pelos cinemas do Brasil.
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