Uma viagem encantadora entre o suspense e o drama
Com direção de Allan Fiterman, o longa tem o roteiro adaptado do romance policial do professor de psicanálise Luiz Alfredo Garcia-Roza por Flávia Guimarães e José Carvalho.
O filme conta a história de Berenice, personagem de Claudia Abreu. Uma mulher que procura encontrar no trabalho uma maneira de se sentir menos sufocada pela rotina familiar. Ela começa a trabalhar como taxista à revelia do marido Domingos, personagem de Eduardo Moscovis, um repórter de tv, daquele tipo bem machão e homofóbico, e tenta superar também a frustração da falta de comunicação com o filho Thiago, personagem de Caio Manhente. O adolescente, sem o conhecimento dos pais, é frequentador da boate de Greta (Vera Holtz), uma cafetina truculenta que topa qualquer negócio na noite do Rio de Janeiro. Ele frequenta o lugar em virtude de Isabelle, uma das estrelas da casa, com quem estabelece uma doce e delicada relação de amizade e identificação. Isabelle resiste ao assédio de Greta para voltar a se prostituir, pois ela vive um romance misterioso e pelo que parece marginal.
Neste contexto, que a taxista Berenice, que tem uma paixão por fatos policiais e cenas de crimes, sem saber do envolvimento de seu filho com a trans, se encanta pela história desse assassinato e começa a fazer sua própria investigação, o que também é feito por seu marido em suas reportagens.
Com um roteiro magnífico, uma brilhante fotografia de Azul Serra, o filme entra em cartaz dia 28 de junho nos cinemas. É um longa instigante, forte e impactante. Vale ressaltar as excelentes atuações da estreante Valentina Sampaio, que antes era apenas modelo, e de Eduardo Moscovis. O longa, aos poucos, desvenda o submundo, tanto da noite, como da fachada de um casamento e como o de uma família de classe média carioca que vive de aparências.
É um retrato de Rio de Janeiro que ressalta preconceitos, sexualidade, homossexualidade, mentiras e vida dupla de forma subversiva.
A trama é cercada de mistério do início ao fim. E envolve o espectador o tempo todo. Você vai acompanhar todos os fatos que levam ao desfecho de quem matou a trangênero Isabelle (Valentina Sampaio), a cantora da boate que ambienta boa parte da história e celebra as principais cenas deste longa.
O que Isabelle, uma cantora da noite, e uma família de classe média carioca, tem em comum. Aos poucos é revelado de forma surpreendente. O longa tem um desfecho fantástico.
O ponto alto do longa é a cena em que Valentina Sampaio, como Isabelle, canta na boate, a música Amor Marginal de Johnny Hooker, de forma espetacular e envolvente.
“Berenice Procura” pode ser classificado como um thriller policial que retrata o preconceito que ainda envolve a classe LGBT, com seus percalços, recheado de drama, suspense e romance.
É mais um excelente filme brasileiro que entra nesse rol de boas histórias contadas na telona.
A Agência Zapp News já conferiu e deu nota 10.
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