“O INÍCIO, O FIM E O MEIO"
Por Graça Paes/Ag.Zapp News
O documentário musical Raul Seixas: o Início, o Fim e o Meio, de Walter Carvalho, teve a estreia adiada para o dia 23 de março. Nesta data o longa entra em cartaz nas principais capitais brasileiras. O filme mostra a origem do "mito" desde o tempo em que Raul freqüentava o Elvis Rock Club até entrar para a história da MPB com uma obra originalíssima.
Em 2011, o filme teve sua primeira exibição no encerramento do Festival do Rio, em sessão hors concours no Odeon. Em seguida participou da 35ª Mostra São Paulo e mesmo sem competir foi eleito o melhor documentário pelo júri Itamary e pelo público. A sessão especial no encerramento do 7º Fest Aruanda, em João Pessoa, fora de competição, também rendeu o prêmio da crítica (ABRACCINE) de melhor longa.
O longa reúne entrevistas de familiares como o irmão Plínio Seixas, dos amigos Paulo Coelho, com quem compôs várias canções, e Waldir Serrão, fundador do Elvis Rock Clube do qual Raul fez parte. As filmagens ocorreram na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Estados Unidos e Genebra.
Em vida, Raul construiu uma carreira singular e até hoje é um dos mais executados do mercado nacional, além de ser o artista póstumo que mais vende disco no país: cerca de 300 mil cópias por ano. O documentário mostra as diversas facetas do homem e tenta desvendar a enorme comunicação que suas músicas estabeleciam e a legião de fãs que ele continua mobilizando, 22 anos depois de sua morte.
Para o diretor, Walter Carvalho Raul “não se explica”. Ele disse que criou uma 'genealogia da trajetória', que consiste em um quadro onde o centro é a infância, a família e a morte do ícone do rock nacional. Com isso, ele tracejava conexões que perambulavam de um lado para o outro, convergendo em dois planos: a vida privada, que é narrada de forma cronológica, e a vida pública, fragmentada e fora de ordem. Para a coerência narrativa da metamorfose ambulante da montagem, Walter “se distanciava daquilo, ficando dois ou três dias sem pensar em Raul”.
Sobre o batismo da produção, Walter se apropriou da própria canção do personagem, 'Gita', lançada em 1974. “A ideia de ter o subtítulo é que a história não terminou ainda”, comenta. “Raul é um personagem que não terminou ainda!”
Em duas horas de filme, as diversas facetas do roqueiro são esmiuçadas, como a parceria com o mago Paulo Coelho, seus casamentos e a comunicação que suas músicas estabelecem com uma legião de fãs que continua mobilizando até os dias de hoje, quase 20 anos depois de sua morte. "Minha vontade de entender o mito coube em duas horas".
Fotos 1 e 2 Divulgação, foto 3 - Walter Carvalho/Graça Paes
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