Por Graça Paes, RJ
"O live action Branca de neve exalta o empoderamento feminino e mostra uma Branca de Neve dona de si".
O longa ‘Branca de Neve’ ou ‘Snow White’ é um live-action de fantasia musical dirigido por Marc Webb e escrito por Greta Gerwig e Erin Cressida Wilson. A obra é uma adaptação do consagrado filme da Disney de 1937, que é baseado no conto de fadas "Branca de Neve" dos Irmãos Grimm.
Lançado no Brasil, em 20 de março, o longa teve um orçamento de 209 milhões de dólares. E é uma recriação do clássico animado de Walt Disney de 1937. A história da bela e jovem princesa que ao ser perseguida por uma rainha má busca refúgio em uma cabana na floresta, onde é amparada por sete anões, posteriormente envenenada pela rainha/bruxa má e depois despertada pelo beijo apaixonado de um príncipe para viver o “felizes para sempre”.
Vamos lá! Quando lidamos com remakes em live-action de desenhos animados clássicos da Disney geralmente parte da crítica e do público já fica com um pé atrás. Pois, ao descortinar o que já atraiu muitas gerações e está no imaginário do público se torna mais complexo do que o que se imagina.
Citando o filme em animação de 1937, o primeiro longa de Branca de Neve, de Walt Disney, a obra é tocante, sensível e comovente. E ao recriar esse clássico, ainda mais com figuras conhecidas do cinema por outras produções, cito as atrizes principais, Zegler e Gadot, já começa sendo um desafio ainda maior. E, a partir daí, ao linkarmos a Branca de Neve, como está no nosso imaginário, como uma jovem de pele tão clara quanto a neve, nesta produção temos uma contradição a animação, já que a atriz tem ascendência colombiana, e uma pele que não é tão alva assim, mas por que a escolha desta atriz e a mudança quando a origem de seu nome? Ter anões digitais, caricatos, na telona, em pleno século XXI, era da inclusão, da diversidade, por que?
Já no inicio do filme nos deparamos com o que seria o motivo da escolha para o nome de Branca de Neve, não seria pela pele alva, mas sim, por ela ter nascido durante uma nevasca, o que explicaria a escolha da atriz que a interpreta Rachel Zegler. Ok, é uma resposta. Enfim....
A partir daí, o live-action segue repleto de novas canções, a maioria em tons saudosistas dos pais de Branca de Neve, algumas de empoderamento, e é claro, as alegres e marcantes. Um dos pontos altos do filme é a canção "parar de pensar e começar a agir", “Waiting on a Wish, que retrata que ao invés de esperar que as coisas aconteçam devemos agir para elas aconteçam.
Parte da trilha sonora é de Benj Pasek e Justin Paul, os mesmos de O Rei do Show; e as demais canções de Frank Churchill e Larry Morey.
Voltando a nossa atual trama, a chegada da rainha Má, a história, após a morte da mãe de Branca de Neve, (Gadot), passa a explorar os medos, a ganância, o poder desenfreado e a obsessão da personagem.
A partir daí, Branca de Neve, passa a viver no estilo gata borralheira, trancafiada no castelo, onde surge um plebeu, estilo Robin Hood, Jonathan, que é líder de um bando de rebeldes. Estes são os novos personagens que surgem nesta produção, e que dizem lutar em nome do Rei. Eles acompanham Jonathan, o líder do bando, que se tornará o grande amor de Branca de Neve, e se juntam aos sete anões para ajudar Branca de Neve. Ok, eles também geram bom resultado na telona. Apesar de mudar tudo!!!!
Um dos pontos que também nos remete ao clássico é a Floresta onde Branca de Neve se refugia e encontra os sete anões. Temos Floresta!!!!!
Alguns pontos a serem debatidos e sem uma explicação plausível nesta produção é o fato que volto a citar aqui, num momento de inclusão e diversidade em que vivemos a produção optar por computação gráfica ao invés de escalar atores anões reais, mas independente disso, ficou bem bonitinha essa parte da Branca de Neve com os anões, dá para perdoar, gera resultado. Mas, afirmo que sou a favor da escalação de anões reais nestas produções.
Outro ponto a ressaltar é a entrega das atrizes Zegler, Gadot e do elenco real em si, todos em excelentes atuações.
O live action Branca de Neve, dependendo da idade da criança que o assista, talvez não atenda a magia da Disney esperada por todos, é uma trama bem mais complexa, mas para adolescentes e adultos, a nova produção pode vir a envolver com uma Branca de Neve empoderada e dona de si e que luta por seus direitos. Ela não é apenas a menina romântica da animação.
Como todo remake de clássico, o live action de Branca de Neve nunca irá superar a animação de 1937, mas é uma produção que nos leva a refletir, que exalta o empoderamento feminino, a amizade, o amor e a autoestima, e a busca desenfreada pelo poder.
A Agência Zapp News já assistiu e nossa nota é 9.
Assista ao trailer:
Nossa dica e que assista em salas Imax para ter melhor resolução de imagem e de som.
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