sexta-feira, 7 de junho de 2024

Crítica do filme: “Grande Sertão”

Por Graça Paes, RJ

Com direção de Guel Arraes, o longa “Grande Sertão”, baseado no romance ‘Grande Sertão: Veredas’ de Guimarães Rosa, com roteiro adaptado para o cinema por Guel Arraes e Jorge Furtado,  estreia nesta quinta, dia 6 de junho, nos cinemas. 

O longa, protagonizado por Caio Blat e Luisa Arraes e grande elenco, transporta  o sertão de Guimarães Rosa para as favelas brasileiras, a luta de jagunços para a luta das facções, para os conflitos entre policiais e criminosos. Cavalos dão lugar as motos, mas o foco central da trama continua sendo a ligação entre Riobaldo (Caio Blat), que entra para o crime por amor ao meliante Diadorim (Luísa Arraes), que se veste de homem, mas que guarda o grande segredo de ser uma mulher em meio ao universo masculino. 


A linguagem peculiar do romance original é mantida no filme, de forma fiel ao texto original, o que pode gerar opiniões diversas quanto ao longa, que transporta esta linguagem para o cinema.  


Por meio de uma narrativa ziguezagueante (não é linear), ou seja, labiríntica e espontânea, o longa também é narrado pelas divagações de Riobaldo, que descreve as personagens que compõem a obra e ainda, as lutas entre os bandos de jagunços, o conflito com o bando de Zé Bebelo e a morte de chefe dos jagunços, Joca Ramiro.

O cenário futurista das favelas, a violência urbana que estamos vivenciando com todas as suas vertentes, a busca pelo poder, a inveja, as desigualdades, o poderio bélico, o machismo, a diversidade, são temas fortes que nos levarão a muitas reflexões. 

O filme tem uma excelente fotografia, cenários magníficos e uma ótima trilha sonora. 

O elenco é um show a parte, com destaque para Luis Miranda e Eduardo Sterblitch. 


É um filme artístico que ousou em preservar a linguagem original do livro e que deu voz a ela na telona. 


Poético, performático e surpreendente, descreve o longa “Grande Sertão”.  

A Agência Zapp News já assistiu e nossa nota é 9. 





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