quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Crítica do filme: "M8 - Quando a morte socorre a vida"

Por Graça Paes, RJ



O longa, "M8 - Quando a morte socorre a vida", de Jeferson De, estreia na quinta-feira, dia 3 de dezembro, e aborda o racismo e os mistérios relacionados a morte em diversas vertentes. 


O filme conta parte da história de vida do personagem Maurício (Juan Paiva), um jovem negro, que mora numa comunidade, e que através das cotas começa a estudar em uma renomada Universidade Federal de Medicina do Rio de Janeiro. Em sua primeira aula de anatomia, ele conhece M8, o cadáver que servirá de estudo para ele e seus amigos de classe durante o semestre. No decorrer das aulas, além de enfrentar o racismo o jovem passa a conviver com o dilema do mistério da identidade do corpo que está estudando. 




A vida de Maurício muda quando ele passa a ter sonhos e alucinações com o cadáver M8, um jovem negro, que está num laboratório de anatomia para estudos, identificado apenas por uma letra e um número. O jovem então passa a buscar a identificação do cadáver enfrentando suas próprias angústias.



Além do racismo em diversas vertentes, o filme também trata temas como a morte, fé, religião, ancestralidade e o desespero de mães que tem filhos desaparecidos. 




É uma história bem contada na telona, que foge dos clichês de filmes nacionais, e trata temas de grande relevância de maneira atraente e desafiadora. Tecnicamente, o filme é muito bom, além de ter um elenco excelente e espetacular. Com ressalva para o protagonista, o ator Juan Paiva, que já passou por produções de novelas da Rede Globo e tem a oportunidade de mostrar neste filme sua versatilidade como ator. 


O diretor Jeferson De define a obra como uma história de afeto, cura e união, e conta que foi convidado para dirigir o longa pela produtora Iafa Britz e que ficou impressionado com o livro homônimo do autor Salomão Polakiewicz, no qual o filme é baseado. Ele relata que aceitou o convite porque viu que suas propostas para rumos diferentes tinham aprovação. "Não é uma adaptação literal. O livro falava dos bolsistas e eu resolvi colocar a questão dos cotistas. Para mim, era muito importante investigar o universo dessa geração nova que está chegando nas universidades brasileiras, de meninos e meninas negros", conta o diretor.


O longa, após rodar festivais pelo Brasil, está rodando diversos festivais internacionais e em 2019 ganhou o prêmio do público de melhor filme de ficção no Festival do Rio.

 

Com a pandemia e o fechamento das salas de cinema o filme, a pelicúla teve sua estreia adiada, mas agora está nos cinemas a partir de dezembro de 2020, e certamente, em breve no streaming.  


A Agência Zapp News já assistiu e nossa nota é 9,3. 




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